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domingo, 22 de setembro de 2013

RESENHA CRÍTICA DO LIVRO DOM CASMURRO




Dom Casmurro é de autoria de Joaquim Maria Machado de Assis. Importante obra da literatura brasileira, o livro é composto por capítulos curtos acompanhados por títulos sugestivos que se explicam com a leitura. Dessa forma, é importante realizar uma apreciação geral da obra abordando aspectos para posteriores discussões. Para manter o romance mais próximo da realidade, o narrador cria rompimentos com a história linear, e Bentinho no decorrer da narrativa, lembra de pequenas histórias paralelas, quebrando o ritmo, dando um aspecto quebradiço a obra. Fica claramente a impressão de que a história realmente foi contada por alguém, já que isso é muito comum quando uma história é narrada a alguém, pois um fato faz lembrar-se de outro, que lembra outro, e assim por diante. Dom Casmurro apresenta as memórias corroídas de Bento, o personagem narrador, cujo título é explicado no capítulo I.
No decorrer da narrativa, Bentinho lembra fatos de seu passado, da infância e todas as etapas até chegar ao seminário.  Fato esse justificado no Capítulo XI / A Promessa já que aos quinze anos é acometido a ir para o seminário, a fim de tornar-se padre, como queria por promessa sua mãe, que a fez após uma complicação na gravidez. Por outro lado, ele tinha a convicção de que a sua vocação não era se tornar um clérigo. Completando essa certeza, nutria uma paixão por Capitolina, sua vizinha, então com quatorze anos, com quem passou toda a infância. Além disso, Capitu e Bentinho eram muito amigos e ambos se queriam por perto. Bentinho caiu em si, mas foi com o seu primeiro beijo que teve a total confirmação.  
Surge então um embaraço psicológico em Bentinho, ele não queria ir para o seminário, mas se recusasse a vontade da mãe, temia que ela se desesperasse, devido à promessa realizada. Mesmo assim, Capitu e Bento fizeram um juramento que iriam se casar, independente do que houvesse de acontecer. Mesmo com todos os esforços, a ida era certa, e assim partiu Bentinho para o Seminário. Foi neste cenário que ele percebe que não foi tão mal assim sua estadia lá, uma vez que conhece seu melhor amigo, Escobar, também seminarista.
Já no seminário, a amizade entre Bento e Escobar aumentava cada dia mais, inclusive com trocas de segredos e visitas a sua casa, nos dias de folga. Surgiu então dele, a idéia que remendaria a situação, D. Glória daria ao seminário, um filho adotivo, para que fosse este padre. Aceitada a proposta pela mãe, Bentinho deixou o seminário. E assim feito, foi então estudar Direito em São Paulo, formou-se então no Dr. Bento Santiago e logo após, contraiu matrimonio com Capitu, assim como fizera em promessa. Mesmo assim, continuou intensamente sua amizade com Escobar, agora um sucedido comerciante. Bento e Capitu, mesmo felizes, desejavam ter um filho, e embora demorando a chegar, nasce Ezequiel, nome dado em homenagem ao amigo Escobar. Com um salto no tempo, anos depois, em uma tragédia, Escobar morre afogando-se no mar. Durante o enterro, Bento observa algo que lhe deixou pensativo: a forma com que Capitu olha o falecido ao caixão. E surge uma dúvida que nunca mais esquecerá: Será que ela gostava de Escobar?
A partir disso, Bento começa a notar que seu filho Ezequiel tem traços de Escobar e, a medida que crescia, a semelhança aumentava. Ele até planeja se matar e ao filho, mas acaba por tomar outra solução, e a historia se desenlaça ao mandar Capitu e o filho para a Europa. A comunicação passa a ser somente via cartas, de modo secamente. Anos depois, morre Capitu e Ezequiel vem ao Brasil. Já moço é o perfeito Escobar, com poucas diferenças relevantes. Daí ele vai ao Egito com amigos e acaba por morrer de febre. E o livro chega então ao fim, com o Sr. Bento, velho, solitário, e rabugento, em outras palavras, um verdadeiro Dom Casmurro.
Assim, analisando os personagens mais importantes do romance, percebemos que há uma grande análise psicológica de cada um deles, principalmente de Bentinho e daqueles que mais exercem influência sobre ele. Podemos notar que Machado dá uma grande ênfase aos olhos, como sendo o espelho da alma. Este é o porquê da definição de José Dias sobre Capitu.
Bentinho acaba tendo uma conversa franca com o leitor, e se intromete em vários pontos da história para emitir sua opinião ou fazer uma observação. Além disso, ele deixa claro como ele se sente em cada momento, suas alegrias, suas diversões, seus medos, suas angústias, tudo isso é transmitido ao leitor a cada passagem do livro. Além disso, ele não tem certeza de tudo o que ocorre ao seu redor, muita coisa é deixada no ar, propositadamente subtendidas. As emoções que ocorrem com outros personagens muitas vezes são um mistério e acabam passando despercebidas.
Também existem os fatos que cercam Capitu, que durante sua infância mostra ser visivelmente mais pobre que Bentinho. Será que sua luta por não deixar Bentinho era por amor ou por dinheiro? Capitu traiu Bento, ou ele fantasiara tudo isso em sua crise de ciúme? Estas e as outras perguntas não são resolvidas no fim da história e muitas vezes causam polêmica até hoje.
Dom Casmurro é bastante verossímil, já que apresenta a sociedade brasileira do século XIX e seus costumes. Mostra o amor, através dos olhos de um adolescente, mostra o jogo de interesses no cumprimento de promessas, os interesses sociais que cercam a vida eclesiástica. Dom Casmurro, um excelente livro, elegante e ao mesmo tempo de prazerosa leitura, que nos envolve do começo ao fim, incumbindo o leitor de tirar suas próprias conclusões, no melhor estilo machadiano.



*Sara é professora da rede estadual de ensino do Estado do Paraná, graduada em Letras pela Universidade Estadual de Maringá-UEM e pós-graduada em Educação à distância e em Tecnologia Educacional pelo e especialista em Língua Portuguesa pelo ESAP.

Referências
Livro Dom Casmurro:



5 comentários:

  1. Oi, Sara! Eu amo muito este romance. O genial Machado de Assis nos deixou esta polêmica obra para que passássemos muitos anos,talvez séculos, discutindo quem realmente é a vítima: Bentinho ou Capitú. Eu, particularmente, gosto de pensar que Capitú era totalmente inocente e foi vítima dos ciúmes doentio que distocia todos os fato. Muito boa a sua resenha.

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    1. Obra literária é isso...Suscita muitas discussões ao longo dos anos...

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  2. Oi Sara. Parabéns pela resenha. Esta obra clássica que nos deixa sempre em dúvida. Capitu era ou não era inocente? Acredito que cada leitor possa fazer uma leitura diferente. Machado é Machado...

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  3. Olá, alunos do Tania Varella.
    Meu nome é Geovana,estudo no colegio tania varella ferreira
    Eu gosto muito dos animais, penso até em ser veterinaria quando crescer.
    Eu adoro cachorros. Quando eu tiver minha própria casa vou tirar todos os
    cachorros da rua e cuidar de todos.Não sei como alguém consegue maltratar
    esses animais taõ dóceis.
    Então é só, abraços



    Geovana 7 ano C

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  4. aprendi muito sobre resenha critica mas não consigo produzir uma

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